Morango do Amor ou Maçã do Amor?
Eis a questão mais açucarada do século!
De um lado, temos a Maçã do Amor, essa diva clássica das quermesses, com sua casca vermelha brilhante que parece ter passado gloss de cereja e feito escova progressiva. Por fora, pura sedução açucarada; por dentro, uma maçã dura que já quebrou mais dentes do que briga de carnaval. Comer uma é um compromisso sério — começa no amor e termina no dentista.
Do outro, o Morango do Amor, mais moderno, prático e instagramável. Pequeno, charmoso, coberto de chocolate ou aquela calda vermelha que gruda até na alma. É tipo aquele crush da balada: doce, rápido e, quando você vê, já acabou.
A diferença entre os dois é basicamente o tamanho da encrenca e da glicose. A maçã é o casamento; o morango, o flerte. A maçã quer te prender numa relação crocante e longa. O morango só quer te dar um beijo e correr
Mas no fim, ambos têm o mesmo objetivo: te deixar com a boca suja, a consciência pesada, o coração derretido e sem um ou mais dentes, kkkkk.
E vamos ser sinceros, você vai cair na tentação de qualquer jeito.
Só escolha se prefere amor com cabo de madeira ou palito decorado.
Já ouvi histórias de pessoas que, com vinte anos de idade, passaram a buscar fortuna. E, nessa busca, chegaram a passar fome, sempre guardando todos os centavos. Chegaram aos trinta, mas ainda não eram ricas. Aos quarenta, embora ricas, buscavam o primeiro milhão. Aos cinquenta, já milionárias, continuavam a querer ter mais. Nessa busca, deixaram de viver aos vinte, aos trinta, aos quarenta, aos cinquenta. E assim continuaram, até os oitenta, noventa. Acumularam matéria, mas passaram pela vida, pela família, pelos amigos. Chegaram, então, a um estado em que se percebem sem família, sem amigos, numa inesgotável pobreza de espírito.
Publicado na edição 291 - 07/08/2010
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Os Porquês de Quem Não Casa
por NIvAldo Gonçalves
Não é que eu não ame,
é que eu não assino.
Não visto a farda do "pra sempre",
nem juro amor no destino.
Por quê? Porque a liberdade me veste melhor
do que qualquer aliança no dedo.
Prefiro o risco de ir embora
ao medo de ficar com segredo.
Por quê? Porque vi promessas virarem grades,
beijos virarem batalhas,
e camas divididas
por silêncios em muralhas.
Por quê? Porque o amor não precisa de papel passado,
nem bênção de juiz engravatado.
Se é verdadeiro, ele se sustenta
sem testemunha, sem data, sem festa lenta.
Por quê? Porque já vi muita máscara em casamento,
sorriso de Instagram,
e lágrima em apartamento.
Gente casada de corpo, mas viúva de sentimento.
Por quê? Porque não quero amar por obrigação,
nem viver do lado por tradição.
Quero alguém que fique porque quer,
não porque jurou na contramão.
Por quê? Porque casamento é bonito na vitrine,
mas por dentro, nem sempre ilumina.
E eu escolhi viver amores sem moldura,
onde o fim não seja tragédia,
mas parte da aventura.
